Aqui em Mateus, vemos Jesus explicando sobre o Reino de Deus, através de exemplos comparativos – as parábolas contam histórias que tem os princípios do ensino que se quer dar – não dá pra pegar todos os detalhes das parábolas e aplicá-las em nossa vida, mas podemos retirar dela os princípios para a vida cristã; Jesus usava método pedagógico que o povo confunde com lei e regra. A parábola não é uma regra, mandamento, lei, mas forma de ensino.
Aqui vemos Jesus expondo sobre o reino, o senhor (Ele), os servos (nós), os bens do reino (dons para o serviço) e então a partir disso desenvolve-se a parábola onde podemos tirar muitas lições.
1.O CHAMADO E OS BENS DO REINO
v. 14 – chama os seus servos – é clara a alusão ao reino de Deus em relação à questão do relacionamento de Jesus (o Rei) com os seus servos (nós). Ele nos chama (aqui o chamado é para o serviço e não para a salvação) para designar serviços dos servos que tomarão conta da sua Igreja enquanto ele estiver ausente
confia a eles os seus bens – a parábola tem a história de valores reais. No reino de Deus porém, o valor não se mede na forma de moedas, ouro e prata, mas sim no serviço prestado a outros e a Deus.
Nós (os servos) cuidamos dos bens (os dons e talentos para o serviço cristão – edificação da igreja, construção do corpo de Cristo), pois Jesus confiou isso a nós.
Efésios 4.7 e 8 – ele (Cristo) subiu (saiu de nossa vista) e concedeu (deu) dons (talentos) a Igreja
Os dons são a coisa mais preciosas do Reino. É o grande investimento que o Rei faz no seu reino e nos servos do reino, justamente para que eles tenham condições de cuidar de tudo enquanto ele não volta.
v. 15 – “a um deu cinco… a outro dois… a outro um” – O senhor repartiu os talentos com os seus servos, ele confiou os bens do seu reino aos servos.
Vejamos:
Um talento era igual a 6000 denários
Cada denário é igual ao salário de um dia
Então um talento é igual ao salário de 6000 dias de trabalho – ou 16 anos de trabalho.
Diária – R$ 30,00 (média)
6000 diárias – R$ 180.000,00 (um talento)
5 talentos – R$ 900.000,00
2 talentos – R$ 360.000,00
1 talento – R$ 180.000,00
A idéia do dinheiro é apenas demonstrativa de importância – o talento era a mais alta unidade monetária existente – era uma soma de dinheiro praticamente incontável pelos padrões da época.
Jesus queria com isso demonstrar que ele confia os bens do reino (dons para o serviço na igreja) para os seus servos – esses são os bens mais preciosos, tem a ver com o poder para executar as tarefas que Deus nos concede.
2.OS BENS DO REINO E A CAPACIDADE PESSOAL
“… a cada um segundo sua própria capacidade” – Jesus sabe o que faz em relação aos dons que nos dá – Ele nos conhece e não nos daria nada que estivesse acima de nossa capacidade de aprendizado e trabalho.
Quando ele nos dá um dom ou mais é porque já temos a capacidade (talento pessoal, faculdade de entendimento e desenvolvimento) de fazer com que aquele dom seja exercido, podemos multiplica-lo, ir além dele, transforma-lo para que seja cada vez mais útil e nos faça bem. O dom que Deus nos dá, exercido dentro do seu reino, nos capacita a ter uma auto-estima melhor e também realização pessoal na vida, além, é claro do crescimento do seu reino, edificação do seu corpo e o cuidado com outros.
v. 20 – “outros cinco talentos” – v. 22 – “outros dois talentos” – os servos que receberam mais talentos desenvolveram os seus talentos de modo que entregaram para o seu senhor o dobro do que receberam.
Quando Jesus nos derrama os seus dons Ele espera que haja em nós amadurecimento e que desenvolvamos as áreas para as quais fomos chamados para o serviço, para que no final dos tempos possamos chegar pra ele e entregar muito mais que recebemos.
v. 25 – “escondi na terra o talento (que me deu)” – esse outro porém recebe do seu senhor parte dos seus bens, porém o esconde na terra (enterra) e depois de todo o tempo passar  devolve aquilo que o seu senhor lhe deu, sem que nada fizesse durante o tempo que o senhor ficou fora com aquilo.

3.A INUTILIDADE DO SERVO

v. 30 – “servo inútil” – Jesus mostra que aquele servo que não colocou o dinheiro nem no banco para receber juros e multiplicar o ganho era apenas um inútil, alguém que o senhor não poderia contar.
Não foi exigido do servo que recebeu menos negociar com valores iguais ao que recebeu 5 ou 2 – o senhor queria que ele cuidasse de uma parte dos bens, de acordo com a capacidade dele mesmo.
… Cada um conforme sua capacidade…
Não adianta alguém que recebe o dom para ensinar querer negociar com o seu dom para se transformar-se em uma pessoa de cura, por exemplo. Cada um tem sua capacidade, seu dom ministerial e deve desenvolver esse dom, para fazer o que for melhor ainda por ele e com ele. É isso que Deus quer de nós, nada além, nem a menos.
Relendo a parábola para hoje encontramos muitas semelhanças:
Há um reino – de Jesus
Os servos – nós
Os talentos – os dons para o serviço na igreja
É necessário desenvolve-los (trabalhar no que recebemos de Deus para melhorar, aperfeiçoar)
É preciso ser achado útil na vida com Deus e isso reflete não só na aceitação do Senhor, mas também em nossa auto-estima e realização pessoal
Cada um conforme a capacidade que já tem. Você tem dons e talentos que Deus, pois além dele capacitar você espiritualmente já colocou em você na sua formação, nascimento e etc tudo aquilo que é necessário para o desenvolvimento destes.
Exerça os seus dons com misericórdia, compaixão, amor, paz, alegria e muito prazer, pois esta parte da vida com Deus é aquilo que nos faz participantes da sua graça derramada sobre as pessoas.

Deus abençoe você!

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